O que é meditação?
Para o Lao Qi Gong, meditação não é a criação de imagens, visualizações, mentalizações para ativação de canais de energia, ativação de chakras etc… Imaginação é a mente em atividade. Entendemos que a meditação é alcançada na ausência de imagem, na ausência de pensamento. Na prática da meditação do Lao Qi Gong a atenção nunca é focada na respiração e, tampouco, em técnicas respiratórias. Entendemos que o corpo sabe respirar e, como efeito da prática do Lao Qi Gong, ele recupera a capacidade de respirar com tranquilidade igual a de todos os animais na Natureza.
A meditação deve ser feita com o corpo todo trabalhando, preferencialmente em pé, como uma árvore e sempre com os olhos abertos. Esse é o nosso modo de meditar. O homem tem cinco sentidos comuns: visão, audição, tato, olfato e paladar. E sabemos que existe a possibilidade de fechar esses canais e abrir outros que possibilitam trazer novas informações da vida. No treino do Lao Qi Gong, busca-se o fechamento dos cinco sentidos e o esvaziamento da mente. Como resultado da meditação, aparece o “outro sentido”. O corpo, ademais, percebido como um todo, é capaz de sentir fora de seus próprios limites. Isso também é meditação. A abertura do “outro sentido” torna possível acessar habilidades humanas diferentes, habilidades incríveis que estão lá, mas permanecem fechadas. Consideramos que o desenvolvimento dessa potencialidade é um caminho importante para o desenvolvimento do ser humano, na medida em que aumenta a inteligência, criatividade, percepção e sensibilidade
Nós podemos sentir mais, saber mais coisas. Nós temos recursos para isso: em nossa cabeça há bilhões de neurônios, dos quais só usamos um pouquinho. Queremos acessar outras possibilidades. A meditação é praticada para desenvolvê-las.
O olhar
É preciso ouvir o ilimitado, sentir grande. Lá há som, há a música do Universo. É preciso olhar o ilimitado para ativar o triângulo interno do olho. O olho faz uma espécie de alavanca quando olha para o ilimitado. Parece olhar a luz, é uma espécie de matéria, não é o ar. Nessa forma de olhar, o ar parece gelo, e o uso da tal alavanca parece quebrar o gelo, o ar não parece o ar, é como se fosse duro. É um tipo de foco, não é o olhar normal. Isso é o uso da alavanca no que chamamos de triângulo interno da visão. Por isso antigos mestres chineses, falando dos tendões, diziam que o chefe dos tendões está embaixo do pé, a terra dos tendões está na sola do pé. E o céu dos tendões está no olho. Esse tendão do olho é muito conhecido pelos antigos taoístas. Mas o que é? Como fica lá? Não é só a cabeça que levanta, há um pequeno movimento efetuado pela alavanca interna do olho. Essas sensações físicas aqui descritas são percepções da natureza do corpo, podem ser experimentadas por todo praticante disciplinado.
O Lao Qi Gong se propõe a conhecer a ciência do corpo para saber como usar a energia dele e então experimentar a ligação com o todo, com o Universo, pela via natural.
O Fundador do Lao Qi Gong foi o Mestre Cai Wen Yu, que iniciou a sua prática de Artes Marciais Internas, Kung Fu Interno (Bagua Zhang, Tai Ji Quan, Yi Quan e Xing Yi Quan) aos 6 anos de idade na tradição da sua família. Ele é um profundo estudioso e Mestre de Medicina Tradicional Chinesa e da Cultura e Filosofia da China Antiga. Lao Qi Gong é estilo de Qi Gong que resgata a forma antiga e ancestral de praticar, de estudar a Natureza, de conhecer o Animal Humano e sentir a Energia.