As quedas acontecem em todas as idades, é inevitável aos que se mantém em postura bípede (em pé) e que caminham. No entanto, com o envelhecimento, elas ocorrem com mais frequência e estão associadas à mais prejuízos econômicos e mais consequências negativas (morte, hospitalização, fraturas, traumatismos cranianos, dor crônica, dependência para exercer as atividades do dia-a-dia e isolamento social)
Foi publicado um documento recentemente pela Organização Mundial de Saúde sobre como prevenir e lidar com quedas. Globalmente, houve um aumento de 53% no número total de mortes por quedas de 2000 a 2019.
Porquê será? Mudanças no trabalho, transporte e recreação estão nos levando a adotar estilos de vida mais sedentários. Além das alterações naturais do organismo que vêm com o avanço da idade, como a perda de massa e força muscular, o estilo de vida sedentário acelera esse processo e ainda soma no quesito doenças crônicas e uso de medicações, que são outros fatores de risco para quedas.
Se você é um idoso ou convive com um, atente-se para os fatores de risco abaixo, que contribuem para o risco de cair.
• Ambientais: pisos escorregadios, calçadas irregulares ou rachadas, iluminação insuficiente, tapetes soltos.
• Socioeconômicos: falta de interação social, falta de recursos comunitários, baixa renda e níveis educacionais, acesso limitado a serviços de saúde.
• Biológicos: idade, doenças crônicas (osteoartrite, parkinson, osteoporose), declínio das capacidades física, cognitiva e afetiva.
• Comportamentais: uso de medicamentos, calçado inapropriado, consumo excessivo de álcool, estilo de vida sedentário.
O Médico Geriatra é o profissional mais indicado para avaliar e prescrever, dentre os fatores de risco comportamentais, o melhor uso de medicamentos. O uso de 5 ou mais medicamentos (polifarmácia) e/ou o uso de alguns tipos de medicações – antipsicóticos, antidepressivos, diuréticos, analgésicos opióides – podem causar tontura, sonolência, confusão mental.
De acordo com o documento, a movimentação aqui é padrão ouro neste assunto. O Fisioterapeuta, é o profissional da saúde que trabalha prevenindo, diagnosticando e tratando os distúrbios de movimento e funcionalidade. Quando especializado em Geriatria e Gerontologia, compreende o envelhecimento e trabalha em conjunto com o Médico Geriatra, Psicólogo, Nutricionista, Terapeuta Ocupacional, entre outros, para promover um envelhecimento saudável, com qualidade de vida, autonomia e funcionalidade. Sempre com uma avaliação individualizada, compreendendo o indivíduo como um todo, o ambiente em que vive e as funções que realiza.
Nas Diretrizes da OMS encontramos: “O exercício direcionado que desafia com segurança o equilíbrio e aumenta a força funcional dos membros inferiores é a intervenção de atividade física mais eficaz para prevenir quedas em idosos que vivem na comunidade. Eles podem ajudar a melhorar e manter o equilíbrio, a força muscular e a função física por meio da atividade e reduzir a taxa de quedas e o número de pessoas que caem. Deve ser administrado ou prescrito por um profissional de saúde habilitado e realizado por pelo menos 3 a 5 horas por semana.”
Portanto estes exercícios devem ser realizados com regularidade, serem desafiadores para o equilíbrio e auxiliar em funções físicas (pegar um objeto em um armário mais alto ou levantar-se do chão). Apenas o fortalecimento muscular não é suficiente nestes casos. É preciso também desafiar o sistema do equilíbrio, composto por informações dos olhos, labirinto e pés, trabalhar estratégias de ajustes corporais frente aos desequilíbrios, assim como a capacidade de caminhar e fazer uma outra tarefa simultânea (dupla tarefa).
Agende conosco sua avaliação. A expectativa de vida está aumentando, mas a qualidade de vida é moldada por nossas escolhas diárias.