Talvez você já tenha se perguntado como é possível uma ciência com mais de 5 mil anos continuar trazendo resultados nos dias de hoje. Quase tudo mudou: as cidades se expandiram, as distâncias diminuíram com a evolução das tecnologias, as sociedades mudaram de valores…mas aquilo que nos constitui (e também a natureza), não.
O Ayurveda (ou Ciência da Vida) baseia seus conhecimentos justamente nos elementos naturais: éter, ar, fogo, água e terra. Assim, nessa ordem, indo do mais sutil para o mais denso (ou grosseiro) analisamos a vida de dentro (indivíduo) com a de fora (ambiente em que se insere) e entendemos como equilibrá-las para alcançar estados de mais saúde e qualidade de vida.
Para entender o mundo e suas manifestações, os elementos foram agrupados em doshas (o termo mais popular para quem já ouviu falar nessa medicina!): vata (éter + ar), pitta (fogo + água) e kapha (água + terra). Mas também em dez pares de gunas (qualidades). E esse conceito, muito menos conhecido pelo público em geral, nos ajuda na investigação profunda do indivíduo.
Por isso, ainda que as pessoas tenham nascido com uma prakriti (constituição biológica) similar, as manifestações sempre serão diferentes – já que a combinação desses pares nunca será a mesma. Aí mora a beleza da individualidade, assim como nossas digitais, nossas constituições seguem um padrão mas são únicas, totalmente pessoais e intransferíveis.
E são essas referências imutáveis pelo tempo que nos possibilitam continuar exercitando esse conhecimento por milhares de anos e em todos os lugares. O Ayurveda não é uma medicina indiana para pessoas que moram no alto das montanhas. Ele é para todos que estejam dispostos a se alinhar com seus ciclos de forma natural.