A urticária engloba um grupo heterogêneo de doenças com base na atuação de mediadores químicos vasoativos liberados por mastócitos. Com isso, surgem as urticas, que se caracterizam por pápulas eritematosas, pruriginosas, fugazes e que desaparecem em até 24 horas, sem deixar lesões residuais.
Seu diagnóstico é eminentemente clínico e a anamnese detalhada é essencial para elucidação do tipo e possível agente causal.
Na visão da Medicina Tradicional Chinesa, a urticária é uma doença do vento (Feng). O vento agride o corpo a partir do exterior, geralmente penetrando pela pele gerando uma desarmonia.
A pele, por sua vez, está relacionada com o Fei (Pulmão), que de acordo com a teoria dos Cinco Elementos e das emoções ligadas aos Zang Fu, está relacionado à tristeza.
Em 50% das pessoas com urticária crônica o diagnóstico de algum transtorno mental pode estar presente, sendo o transtorno obsessivo-compulsivo o mais encontrado. Muitos estudos também reforçam o impacto da depressão, podendo chegar a 40% dos pacientes.
Esses pacientes exibem maiores dificuldades em relatarem seus sentimentos e insatisfações, com um discurso geralmente mais racional, atribuindo as causas da doença a fatores que não incluem sua história de vida e nem a aspectos emocionais.
Entendemos assim que a urticária crônica é uma manifestação não apenas orgânica, mas também psíquica, já que existe uma interdependência mente-corpo. Os sintomas não devem ser compreendidos de uma maneira isolada, mas como uma expressão global do organismo.
O tratamento proposto pela medicina tradicional chinesa (MTC) inclui acupuntura, ventosaterapia e fitoterapia.
Fontes:
- “Tratado contemporâneo de acupuntura e moxabustão”.
- “A pele que deprime: investigação autorreferida da piora da urticária crônica”.