A Síndrome de Burnout foi descrita pela primeira vez em 1974 e atualmente está inserida na Classificação Internacional de Doenças CID-11.
Ela se origina da exposição contínua a condições de trabalho inadequadas e/ou exaustivas, como quando um profissional não tem acesso ao material de trabalho adequado, recebe instruções rasas para executar tarefas, cobranças excessivas, metas sempre inatingíveis, problemas recorrentes com colegas, RH ou o próprio chefe da empresa. Todas essas condições aumentam o nível de estresse cronicamente, levando à exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal.
De acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA), 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome e as profissões que mais são diagnosticadas são: professores, advogados, jornalistas, bombeiros, policiais, agentes penitenciários, bancários e profissionais da saúde.
Entre os sinais do esgotamento profissional com os quais devemos nos preocupar estão: falta de atenção e de vontade, alterações de memória, lentificação do pensamento, sensação de fracasso, diminuição da autoestima, impaciência, criatividade reduzida, ansiedade, insônia, fadiga constante, irritabilidade, tensão muscular, dores de cabeça, problemas gastrointestinais e palpitações.
O tratamento é baseado em acompanhamento psicoterápico, farmacológico e intervenções psicossociais. Intervenções individuais, organizacionais e combinadas também podem ser realizadas visando a prevenção e diminuição do estresse ocupacional, sendo importante o envolvimento de uma equipe técnica multiprofissional.
As intervenções individuais são baseadas em práticas de autocuidado que englobam aspectos de sua saúde física e emocional e incluem, por exemplo, ajuda profissional psicoterapêutica, melhora da alimentação e do padrão de sono, prática de atividade física regular, tempo de descanso adequado, equilíbrio entre trabalho e outras dimensões da vida, envolvimento em um hobby, meditação e acupuntura.
As intervenções organizacionais dizem respeito à responsabilidade das instituições em criar um ambiente de trabalho saudável e com melhores condições. Incluem a realização de treinamento com os funcionários, reestruturação de tarefas e mudança das condições físico-ambientais, como flexibilidade de horário, participação na tomada de decisão, plano de carreira e autonomia laboral.
A atuação da medicina tradicional chinesa e de outras práticas milenares tem como objetivo deixar o corpo e a mente em harmonia, movimentando a energia vital e mantendo o equilíbrio dinâmico, promovendo saúde e prevenindo futuros desequilíbrios, que poderiam funcionar como gatilhos para novas crises.
A acupuntura vem se mostrando altamente eficaz no tratamento dos sinais e sintomas da Síndrome de Burnout. O estímulo gerado pelas agulhas em alguns pontos específicos, promove a liberação de substâncias neuroendócrinas como endorfina, serotonina, dopamina e encefalina, que causam a sensação de bem-estar, atuando tanto nos aspectos físicos quanto nos emocionais.
Bibliografia:
“Síndrome de Burnout nos profissionais de saúde: atualização sobre definições, fatores de risco e estratégias de prevenção”.