O Yoga faz parte de uma linha de estudos filosóficos indianos, sendo reconhecidamente uma tradição milenar, com pelo menos 3.500 anos de existência. As principais escritas sobre o Yoga de que se tem registro são atribuídas a Patanjali, e seu compilado mais famoso, o Yoga Sutra de Patanjali, traz as primeiras noções de como utilizar a filosofia do yoga como ferramenta para o autoconhecimento e conexão com o divino.
A partir daí, criaram-se inúmeras vertentes para o Yoga, mas a maioria delas segue o Ashtanga (ashta = oito/anga = parte), que são os oito princípios indicados por Patanjali no Yoga Sutra.
O Hatha Yoga, que é a vertente utilizada neste texto como base, tem em sua filosofia conceitos de Shivaísmo (o culto ao deus Síva, também reconhecido como a polaridade masculina, o sol, a ação) e Tantra, que é um conjunto de regras utilizadas na intenção de despertar a Kundalini (a manifestação da potência individual de cada um. Também é conhecida como Sakti, a polaridade feminina, a lua, a intuição). O equilíbrio e a permanência são o alvo de observação na prática do Hatha Yoga.
A palavra Hatha, que pode ser traduzida como sol e lua (Ha = Sol / Tha = Lua), e a palavra Yoga, que entre outras definições pode ser traduzida como União, sugere uma definição próxima de: união entre as polaridades, fim da dualidade. Existe também outra definição para o termo Hatha Yoga que seria: Método de Força, e que também condiz com a linha de estudo dessa vertente do Yoga.
Através dos Asanas, que são as posturas realizadas durante as práticas do yoga, o indivíduo experimenta o desafio de manter corpo, mente e respiração em harmonia para que possa executar o asana e conquistar seus benefícios. Utilizando também os pranayamas (técnicas respiratórias) e Bandhas (técnicas de contração e descontração da musculatura), o Hatha Yoga indica o caminho para o Samadhi (o momento da união do indivíduo com o todo. O fim da dualidade).
Os ásanas apresentados nos textos antigos estavam sempre relacionados a posturas meditativas (ísquios apoiados no solo, os joelhos flexionados, as mãos descansadas sobre os joelhos e os olhos fechados/entreabertos/semicerrados). Com o passar do tempo, a prática do Hatha Yoga foi se aprimorando assim como suas posturas, mas o conceito principal é o mesmo: alcançar o Samadhi através da meditação.
Dentro deste conjunto de técnicas existem caminhos dentro do próprio corpo que também são utilizados durante a prática para melhorar a percepção do indivíduo com relação a si mesmo, seu corpo, seu estado emocional e mental. Esses espaços são chamados de Nadis ou como traduzimos por aqui “caminhos”. Estes caminhos que existem em nossos corpos seguem em direção a pequenos pontos de energia chamados Chakras.
A coordenação da respiração através das técnicas de pranayama expande esses caminhos. A correta execução do asana ajuda esse prana a alcançar os chakras. E os bandhas mantêm esse prana no seu corpo denso fortalecendo esses pontos energéticos. Uma vez que todos esses pontos estejam fortalecidos e conectados entre si, o caminho principal da passagem da Kundalini (localizada no meio da coluna e chamada de Susmna Nadi “caminho do meio”) se abre para que sua energia vital, sua máxima potência, sua Kundalini alcance a conexão com o sutil quebrando as barreiras da dualidade e conduzindo o indivíduo à total experimentação de plenitude e entrega.