A história da humanidade sempre foi marcada pelo desenvolvimento contínuo do ser humano. O processo de seleção natural possibilitou várias mudanças na estrutura do corpo. O precursor do homem andava em quatro patas. Ao se tornar bípede, o homem pôde aumentar seu campo de visão. As mudanças estruturais foram o primeiro passo para o desenvolvimento cerebral e possibilitaram a produção inicial das linguagens primitivas. Por meio da linguagem, a humanidade conseguiu ajudar-se mutuamente e aumentar o nível de interação social. Braços e pernas adquiriram funções diferentes e especializadas, possibilitando a criação de ferramentas e utensílios. O próprio cérebro adquiriu um nível maior de desenvolvimento. Nessa época, as atividades da vida humana não tinham como foco a sobrevivência individual, e sim a continuidade da sociedade como um todo.
No estágio atual, o corpo humano costuma ser retratado como um instrumento avançado, com funções complexas, que trabalha como um aparelho emissor e receptor, com autocontrole para análise e gerenciamento. Isso torna o homem o melhor computador biológico que existe. O corpo humano parece estar no ápice do seu desenvolvimento. Eis que surge uma importante questão a ser analisada: o organismo humano, que aparenta estar perfeito, pode ainda não ter alcançado seu auge. O atual estágio não seria apenas mais um dentro do processo evolutivo? E se isso for verdade, como fazer para prosseguir com o desenvolvimento?
Para o Lao QiGong, o corpo humano ainda está sujeito a melhorias, que, consequentemente, levam a um aumento do poder interior. Nosso cérebro pode alcançar estágios superiores de desenvolvimento. Talvez, a capacidade do homem de andar sobre dois pés não tenha atingido sua plenitude. A seleção natural continua acontecendo. Todas as ideias do Lao QiGong existem para explicar e exercitar esse tema.
O aprimoramento humano é, portanto, o foco do Lao QiGong. É, ao mesmo tempo, o ponto de início e o final da filosofia do Lao QiGong. Aprimorar-se no sentido de encontrar maior liberdade e harmonia nas expressões humanas, unindo o plano do Homem com a Terra e o Céu. Chamamos isso de junção com o Universo.
O nosso corpo não pode evitar a influência que o Universo exerce sobre nós. Somos formados por muitas substâncias bioquímicas, resultando em um alto nível de vida, que produz e transmite constantemente energia. Essa energia e potência de transmissão são iguais às do Universo e, por causa dessa harmonia e equilíbrio, o ser humano ganha saúde e se desenvolve.
A teoria do Lao QiGong nos ensina que o nosso corpo é o microcosmo que se une com o macrocosmo; o processo de treinamento enfatiza o desenvolvimento da sensibilidade, da ampliação da consciência, unindo pensamento, corpo e energia. Dizemos que somente quem chega a esse nível conhece a plena felicidade e tem saúde.
O Fundador do Lao Qi Gong é o Grão Mestre Cai Wen Yu, que iniciou a sua prática de Artes Marciais Internas, Kung Fu Interno (Bagua Zhang, Tai Ji Quan, Yi Quan e Xing Yi Quan) aos 6 anos de idade na tradição da sua família. Ele é um profundo estudioso e Mestre de Medicina Tradicional Chinesa e da Cultura e Filosofia da China Antiga. Lao Qi Gong é o estilo de Qi Gong que resgata a forma antiga e ancestral de praticar, de estudar a Natureza, de conhecer o Animal Humano e sentir a Energia.