Medicina é a ciência que estuda a saúde, com o objetivo de prevenir e combater doenças, e promover qualidade de vida e bem-estar.
Fomos acostumados a enxergar a medicina tradicional apenas sob o olhar da alopatia, isto é, do tratamento com medicamentos que atuam no sentido contrário à doença, combatendo suas causas no organismo e agindo para a eliminação dos sintomas.
A abordagem da medicina do estilo de vida, por sua vez, direciona o foco do cuidado para a saúde e propõe a mudança de hábitos que sustentam um estilo de vida disfuncional como atitude terapêutica no combate aos fatores de risco para o desenvolvimento e manutenção de doenças crônicas. Isso não significa que a medicina do estilo de vida se opõe à alopatia, existem situações nas quais é imprescindível o uso de medicamentos e/ou o tratamento invasivo de complicações. Ao mesmo tempo, através da adoção de hábitos mais funcionais, a medicina do estilo de vida promove saúde e, como consequência, muitas vezes reduz a necessidade de medicamentos e/ou intervenções.
A medicina do estilo de vida exige do médico preparo para o manejo comportamental. Não basta orientar, educar e fazer check list, muitas pessoas inclusive sabem o que precisam mudar, mas mudança de comportamento é algo complexo. Assim, a medicina do estilo de vida é uma abordagem que se relaciona fortemente com a ciência do comportamento, já que é através de comportamentos que nossos hábitos se manifestam.
Paralelamente, a medicina do estilo de vida se respalda em marcadores físicos e laboratoriais, na fisiologia e na medicina baseada em evidência para a solidificação dos preceitos médicos em saúde que norteiam o atendimento e o acompanhamento.
São 6 pilares básicos para a medicina do estilo de vida:
- alimentação saudável
- atividade física regular
- evitar abuso de substâncias tóxicas
- gerenciamento de estresse
- conexões significativas
- sono reparador
No intermédio destes pilares muitos desdobramentos acontecem trabalho, espiritualidade, finanças, sexualidade e outros também são contemplados.
Medicina do Estilo de Vida – Pontos Chaves
Visão: Hábitos disfuncionais são fatores de risco para o desenvolvimento e manutenção de doenças crônicas, e são modificáveis.
– Importância dessa visão: Sair da postura passiva, focada apenas no tratamento das consequências e a olhar para os fatores de risco associados às causas de muitos problemas de saúde, a fim de atuar modificando estes fatores, e assim reduzir o risco de desfechos desagradáveis.
Valores: Corresponsabilidade entre médico e paciente no planejamento do cuidado com a saúde. Desenvolvimento de autoeficácia, com participação ativa do paciente no processo de mudança, através de autoconhecimento e comprometimento.
– Relação médico-paciente: A conduta é construída em conjunto e considerando a prontidão para mudança. Há um trabalho de mobilização de recursos internos do paciente para além do aspecto educativo e prescritivo.